Foto; Tomaz Silva/Agência Brasil

[:pb]Com informações de Paula Laboissière à Agência Brasil

Há dez anos, a primeira versão de uma vacina pneumocócica conjugada era aprovada no Brasil. No ano seguinte, a dose, que protege contra quadros que variam de simples dores de ouvido até casos graves de meningite e septicemia, passou a ser distribuída na rede pública e particular de saúde.

Dados da Sociedade Brasileira de Imunizações apontam uma redução de até 40% no número de internações por pneumonia no país e de 70% dos casos de meningite pneumocócica.

“A gente tem um tremendo impacto desde a introdução da vacina”, disse o infectologista pediátrico Renato Kfouri, membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Em entrevista à Agência Brasil, ele explicou que a bactéria pneumococo é responsável por doenças não invasivas, como sinusites e conjuntivites, mas, quando invade a corrente sanguínea, pode causar quadros graves de pneumonia, pericardite e até septicemia.

“Quando falamos da vacina pneumocócica, não se trata de proteção contra uma única doença, como catapora ou gripe, mas contra uma série de doenças”, disse. Kfouri destacou que existem mais de 90 sorotipos da bactéria e que a vacina é feita contemplando alguns deles.

A primeira dose no Brasil, aprovada em 2009, protegia contra sete sorotipos. Atualmente, a rede pública oferece proteção contra 10 sorotipos e a rede particular, contra 13. Doses que contemplam 15 e 20 sorotipos estão em fase de desenvolvimento.

Na prática, quanto maior o número de sorotipos contidos na vacina, maior o espectro de proteção da dose. Segundo o pediatra, a seleção de sorotipos, nesse caso específico, utiliza critérios como a frequência da infecção, a gravidade dos casos associados a ela e a resistência a antibióticos.

As vacinas pneumocócicas normalmente incluem os sorotipos mais frequentes, que mais causam gravidade e os mais resistentes a tratamento. As doses são aplicadas aos 2, 4 e 12 meses de vida.

“As crianças, além de adoecerem com mais frequência, são as que mais transportam o pneumococo e transmitem para outras faixas etárias. Com a vacina, além de ficarem protegidas, elas deixam de portar a bactéria na garganta ou no nariz e deixam de ser transmissoras, diminuindo os casos da bactéria em adultos e idosos. Há, comprovadamente, esse efeito indireto, que chamamos de proteção rebanho”, explicou.

Fabricante

Otávio Cintra, diretor médico de vacinas da GSK, fabricante da vacina pneumocócica utilizada pelo governo brasileiro, lembra que o processo começou com uma parceria para transferência de tecnologia entre o laboratório e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“O Brasil foi um dos primeiros países que introduziu, em larga escala, uma vacina conjugada, da nova geração. Até então, tínhamos vacinas polissacarídias, que não dão manutenção, ao longo do tempo, na produção de anticorpos”, relatou.

“Na vacina conjugada, a proteína junto ao polissacarídio se transforma em um antígeno muito mais potente e que já pode ser usado a partir dos 2 meses de vida.

A dose anterior só podia ser usada a partir dos 2 anos e apenas para pessoas em situação de risco. Não atendia a necessidade, já que 80% das infecções por pneumococo acontecem em crianças menores”, disse.

A estimativa é que até 80% das crianças com menos de 1 ano terão pelo menos um episódio de infecção de ouvido – desses, cerca de 40% dos casos são causados pela bactéria pneumococo.

Novidade

Desde 2010, o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde oferece a vacina pneumocócica 10 valente, que protege contra 10 sorotipos da bactéria.

O ministério, entretanto, acaba de autorizar a incorporação de uma dose que engloba 13 sorotipos, a ser disponibilizada exclusivamente em Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais para os seguintes grupos: pessoas vivendo com HIV/Aids; transplantados de órgãos sólidos ou células-tronco da medula óssea; e imunodeficiência devido a câncer ou imunodepressão terapêutica – todos acima de 5 anos de idade. As aquisições das doses estão em processo de desenvolvimento.[:en]With information from Paula Laboissière to Agência Brasil

Ten years ago, the first version of a pneumococcal conjugate vaccine was approved in Brazil. The following year, the dose, which protects against pictures ranging from simple earaches to severe cases of meningitis and septicemia, began to be distributed in the public and private healthcare network.

Data from the Brazilian Society of Immunizations indicate a reduction of up to 40% in the number of hospitalizations for pneumonia in the country and 70% of cases of pneumococcal meningitis.

“We have had a tremendous impact since the introduction of the vaccine,” said pediatric infectious disease specialist Renato Kfouri, a member of the Technical Advisory Committee of the National Immunization Program of the Ministry of Health.

In an interview with Agência Brasil, he explained that pneumococcus is responsible for non-invasive diseases such as sinusitis and conjunctivitis, but when it invades the bloodstream, it can cause severe pneumonia, pericarditis and even septicemia.

“When we talk about the pneumococcal vaccine, it is not protection against a single disease, such as chicken pox or influenza, but against a range of diseases,” he said. Kfouri noted that there are more than 90 serotypes of the bacterium and that the vaccine is made contemplating some of them.

The first dose in Brazil, approved in 2009, protected against seven serotypes. Currently, the public network offers protection against 10 serotypes and the private network against 13. Doses that include 15 and 20 serotypes are in the development phase.

In practice, the higher the number of serotypes contained in the vaccine, the greater the dose protection spectrum. According to the pediatrician, the selection of serotypes in this specific case uses criteria such as the frequency of infection, the severity of the cases associated with it and resistance to antibiotics.

Pneumococcal vaccines usually include the most frequent serotypes, which cause more severity and are more resistant to treatment. The doses are applied at 2, 4 and 12 months of life.

“Children, in addition to getting sick more often, are the ones who most carry the pneumococcus and transmit it to other age groups. With the vaccine, in addition to being protected, they no longer carry the bacteria in the throat or nose and are no longer transmitting, reducing the cases of bacteria in adults and the elderly. There is, evidently, this indirect effect, which we call herd protection, “he explained.

Manufacturer

Otávio Cintra, medical director of vaccines for GSK, the manufacturer of the pneumococcal vaccine used by the Brazilian government, recalls that the process began with a partnership for technology transfer between the laboratory and the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz).

“Brazil was one of the first countries to introduce, on a large scale, a conjugated vaccine, of the new generation. Until then, we had polysaccharide vaccines, which do not give maintenance, over time, in the production of antibodies, “he said.

“In the conjugate vaccine, the polysaccharide protein becomes a much more potent antigen and can already be used from 2 months of life.

The previous dose could only be used after 2 years and only for people at risk. It did not meet the need, since 80% of pneumococcal infections happen in younger children, “he said.

The estimate is that up to 80% of children under 1 year will have at least one episode of ear infection – of these, about 40% of cases are caused by pneumococcal bacteria.

Novelty

Since 2010, the National Immunization Program of the Ministry of Health offers the 10-valent pneumococcal vaccine, which protects against 10 serotypes of the bacterium.

The ministry, however, has just authorized the incorporation of a dose that includes 13 serotypes, to be made available exclusively in Special Immunobiological Reference Centers for the following groups: people living with HIV / AIDS; transplanted solid organs or stem cells from the bone marrow; and immunodeficiency due to cancer or immunodepression therapy – all over 5 years of age. Dose acquisitions are in the process of being developed.

 

 [:es]Con información de Paula Laboissière a Agência Brasil.

Hace diez años, se aprobó en Brasil la primera versión de una vacuna antineumocócica conjugada. Al año siguiente, la dosis, que protege contra imágenes que van desde dolores de oído simples hasta casos graves de meningitis y septicemia, comenzó a distribuirse en la red de atención médica pública y privada.

Los datos de la Sociedad Brasileña de Inmunizaciones indican una reducción de hasta el 40% en el número de hospitalizaciones por neumonía en el país y el 70% de los casos de meningitis neumocócica.

“Hemos tenido un tremendo impacto desde la introducción de la vacuna”, dijo el especialista en enfermedades infecciosas pediátricas Renato Kfouri, miembro del Comité Técnico Asesor del Programa Nacional de Inmunización del Ministerio de Salud.

En una entrevista con Agência Brasil, explicó que el neumococo es responsable de enfermedades no invasivas como la sinusitis y la conjuntivitis, pero cuando invade el torrente sanguíneo, puede causar neumonía grave, pericarditis e incluso septicemia.

“Cuando hablamos de la vacuna neumocócica, no se trata de la protección contra una enfermedad única, como la varicela o la gripe, sino contra una variedad de enfermedades”, dijo. Kfouri observó que hay más de 90 serotipos de la bacteria y que la vacuna se hace contemplando algunos de ellos.

La primera dosis en Brasil, aprobada en 2009, protegió contra siete serotipos. Actualmente, la red pública ofrece protección contra 10 serotipos y la red privada contra 13. Las dosis que incluyen 15 y 20 serotipos están en fase de desarrollo.

En la práctica, cuanto mayor sea el número de serotipos contenidos en la vacuna, mayor será el espectro de protección de la dosis. Según el pediatra, la selección de serotipos en este caso específico utiliza criterios como la frecuencia de infección, la gravedad de los casos asociados y la resistencia a los antibióticos.

Las vacunas neumocócicas generalmente incluyen los serotipos más frecuentes, que causan más gravedad y son más resistentes al tratamiento. Las dosis se aplican a los 2, 4 y 12 meses de vida.

“Los niños, además de enfermarse con más frecuencia, son los que más llevan el neumococo y lo transmiten a otros grupos de edad. Con la vacuna, además de estar protegidos, ya no transportan las bacterias en la garganta o la nariz y ya no transmiten, lo que reduce los casos de bacterias en adultos y ancianos. Existe, evidentemente, este efecto indirecto, que llamamos protección de la manada “, explicó.

Fabricante

Otavio Cintra, director médico de la vacuna de GSK, fabricante de la vacuna neumocócica utilizado por el gobierno brasileño, recuerde que el proceso se inició con una asociación para la transferencia de tecnología entre el laboratorio y la Fundación Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Brasil fue uno de los primeros países en introducir, a gran escala, una vacuna conjugada de la nueva generación. Hasta entonces, tuvimos vacunas de polisacáridos, que no dan mantenimiento, con el tiempo, en la producción de anticuerpos “, dijo.

“En la vacuna conjugada, la proteína polisacárida se convierte en un antígeno mucho más potente y ya puede usarse a partir de los 2 meses de vida.

La dosis anterior solo se pudo usar después de 2 años y solo para personas en riesgo. No satisfizo la necesidad, ya que el 80% de las infecciones neumocócicas ocurren en niños más pequeños “, dijo.

La estimación es que hasta el 80% de los niños menores de 1 año tendrán al menos un episodio de infección de oído, de los cuales, aproximadamente el 40% de los casos son causados ​​por bacterias neumocócicas.

Noticias

Desde 2010, el Programa Nacional de Inmunización del Ministerio de Salud ofrece la vacuna antineumocócica 10 valente, que protege contra 10 serotipos de la bacteria.

Sin embargo, el ministerio acaba de autorizar la incorporación de una dosis que incluye 13 serotipos, que estarán disponibles exclusivamente en Centros Especiales de Referencia Inmunobiológicos para los siguientes grupos: personas que viven con VIH / SIDA; órganos sólidos trasplantados o células madre de la médula ósea; e inmunodeficiencia debida al cáncer o terapia de inmunodepresión, todas mayores de 5 años. Las adquisiciones de dosis están en proceso de ser desarrolladas.[:]