[:pb]Segundo dados preliminares do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, 302 mil mortes por doenças cardiovasculares, que têm como principal fator de risco a hipertensão arterial, foram registradas no Brasil só no ano de 2017. O Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), que há mais de dez anos acompanha a saúde de 15 mil servidores espalhados em seis capitais brasileiras, pode ajudar a entender os principais fatores de riscos para a chamada “pressão alta” na população.

Na Bahia, o estudo é desenvolvido na UFBA, sob coordenação do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), que investiga os hábitos de vida de cerca de 2 mil servidores da universidade. Entre os participantes do ELSA-Brasil, 35,8% foram diagnosticados com hipertensão arterial. A pesquisa também aponta que o maior consumo de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos, molhos e temperos prontos, assim como a ingestão de sal, que pode atingir o dobro do valor ideal, contribui para o aumento do excesso de peso e gordura abdominal, condição conhecida para a ocorrência da hipertensão.

Os pesquisadores compararam a dieta de três grupos de pessoas nascidas em diferentes décadas, com idade entre 35 e 74 anos. Para o grupo mais jovem, chamado de geração X (35 a 45 anos), os produtos ultraprocessados, aqueles produzidos com a adição de ingredientes como o sal, açúcar, óleos e gorduras, representaram, em média, 45,9% dos alimentos consumidos. Ao mesmo tempo, os mais saudáveis, como frutas e verduras, significaram 26,9% do total da dieta. Tais hábitos alimentares indicam que eles podem envelhecer com uma carga maior de doenças crônicas.

O consumo dos ultraprocessados também contribui para a quantidade elevada de sal ingerida. Na população estudada, apenas 16% consome o máximo de 5g de sal diariamente, o limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O consumo médio foi mais que o dobro: 11g por dia. Chama ainda mais atenção a quantidade de sal ingerida pelos hipertensos. Entre eles, a média chegou a 12g.

Os dados resultam de diversas entrevistas presenciais e exames com os participantes, que recebem individualmente os resultados dos testes e medidas realizadas. Segundo a professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA e coordenadora do ELSA-Brasil em Salvador, Sheila Alvim, a realização do estudo em grandes metrópoles do país tem importância estratégica, já que representa o local de moradia de parcelas crescentes da população brasileira (domicílios urbanos).

“A aplicabilidade dos resultados obtidos em relação à população adulta brasileira é apoiada pelas semelhanças nas prevalências de alguns fatores de risco comportamentais e condições crônicas avaliados no ELSA-Brasil e no Vigitel (inquérito telefônico anual com dados representativos da população brasileira das 27 capitais do país e Distrito Federal). Além disso, os resultados dos nossos estudos indicam que o padrão alimentar dos participantes do ELSA-Brasil não é diferente do restante da população brasileira”, destaca a professora.

Ao todo, 250 artigos científicos já foram publicados com base no ELSA-Brasil. A próxima etapa do estudo com exames e entrevistas presenciais deve começar em 2021.

 [:en]According to preliminary data from the Ministry of Health’s Mortality Information System (SIM), 302,000 deaths from cardiovascular disease, which have as their main risk factor hypertension, were recorded in Brazil in 2017 alone. Adult Health (ELSA-Brasil), which has been monitoring the health of 15,000 employees in six Brazilian state capitals for over ten years, can help to understand the main risk factors for so-called “high blood pressure” in the population.

In Bahia, the study is developed at UFBA, under the coordination of the Institute of Collective Health (ISC), which investigates the life habits of about 2,000 university employees. Among ELSA-Brazil participants, 35.8% were diagnosed with hypertension. Research also points out that increased consumption of ultra-processed foods such as soda, crackers, sauces, and seasonings, as well as salt intake, which can reach twice the ideal value, contributes to increased overweight and abdominal fat, known condition for the occurrence of hypertension.

The researchers compared the diet of three groups of people born in different decades, aged 35 to 74 years. For the younger group, called Generation X (35-45 years old), ultra-processed products, those made with the addition of ingredients such as salt, sugar, oils and fats, represented on average 45.9% of the food consumed. . At the same time, the healthiest ones, such as fruits and vegetables, accounted for 26.9% of the total diet. Such eating habits indicate that they may age with a greater burden of chronic diseases.

Consumption of ultra-processed foods also contributes to the high salt intake. In the study population, only 16% consumes a maximum of 5g of salt daily, the limit recommended by the World Health Organization (WHO). The average consumption was more than double: 11g per day. The amount of salt ingested by hypertensive patients is even more striking. Among them, the average reached 12g.

The data are the result of several face-to-face interviews and examinations with participants, who individually receive the results of the tests and measurements performed. According to the professor of the Institute of Collective Health of UFBA and coordinator of ELSA-Brazil in Salvador, Sheila Alvim, conducting the study in large metropolises of the country is of strategic importance, as it represents the place of residence of growing portions of the Brazilian population (households urban areas).

“The applicability of the results obtained in relation to the Brazilian adult population is supported by similarities in the prevalence of some behavioral risk factors and chronic conditions evaluated in ELSA-Brasil and Vigitel (annual telephone survey with data representative of the Brazilian population of the 27 capitals of the country. and Federal District). In addition, the results of our studies indicate that the dietary patterns of ELSA-Brazil participants are no different from the rest of the Brazilian population, ”says the teacher.

In all, 250 scientific articles have been published based on ELSA-Brasil. The next stage of the study with exams and face-to-face interviews should begin in 2021.[:es]Según datos preliminares del Sistema de Información de Mortalidad (SIM) del Ministerio de Salud, solo en 2017 se registraron 302,000 muertes por enfermedades cardiovasculares, que tienen como principal factor de riesgo la hipertensión arterial. Adult Health (ELSA-Brasil), que ha estado monitoreando la salud de 15,000 empleados en seis capitales estatales de Brasil durante más de diez años, puede ayudar a comprender los principales factores de riesgo de la llamada “presión arterial alta” en la población.

En Bahía, el estudio se desarrolla en la UFBA, bajo la coordinación del Instituto de Salud Colectiva (ISC), que investiga los hábitos de vida de unos 2.000 empleados universitarios. Entre los participantes de ELSA-Brasil, 35.8% fueron diagnosticados con hipertensión. La investigación también señala que el aumento del consumo de alimentos ultraprocesados, como refrescos, galletas saladas, salsas y condimentos, así como la ingesta de sal, que puede alcanzar el doble del valor ideal, contribuye a aumentar el sobrepeso y la grasa abdominal, condición conocida para la aparición de hipertensión.

Los investigadores compararon la dieta de tres grupos de personas nacidas en diferentes décadas, de 35 a 74 años. Para el grupo más joven, llamado Generación X (35-45 años), los productos ultraprocesados, aquellos hechos con la adición de ingredientes como sal, azúcar, aceites y grasas, representaron en promedio el 45.9% de los alimentos consumidos. . Al mismo tiempo, los más saludables, como las frutas y verduras, representaron el 26,9% de la dieta total. Tales hábitos alimenticios indican que pueden envejecer con una mayor carga de enfermedades crónicas.

El consumo de alimentos ultraprocesados ​​también contribuye a la alta ingesta de sal. En la población de estudio, solo el 16% consume un máximo de 5 g de sal al día, el límite recomendado por la Organización Mundial de la Salud (OMS). El consumo promedio fue más del doble: 11 g por día. La cantidad de sal ingerida por pacientes hipertensos es aún más sorprendente. Entre ellos, el promedio alcanzó los 12 g.

Los datos son el resultado de varias entrevistas y exámenes cara a cara con los participantes, que reciben individualmente los resultados de las pruebas y mediciones realizadas. Según la profesora del Instituto de Salud Colectiva de la UFBA y coordinadora de ELSA-Brasil en Salvador, Sheila Alvim, la realización del estudio en grandes metrópolis del país es de importancia estratégica, ya que representa el lugar de residencia de porciones crecientes de la población brasileña (hogares zonas urbanas).

“La aplicabilidad de los resultados obtenidos en relación con la población adulta brasileña está respaldada por similitudes en la prevalencia de algunos factores de riesgo conductuales y condiciones crónicas evaluadas en ELSA-Brasil y Vigitel (encuesta telefónica anual con datos representativos de la población brasileña de las 27 capitales del país. y Distrito Federal). Además, los resultados de nuestros estudios indican que los patrones dietéticos de los participantes de ELSA-Brasil no son diferentes del resto de la población brasileña ”, dice el profesor.

En total, se han publicado 250 artículos científicos basados ​​en ELSA-Brasil. La próxima etapa del estudio con exámenes y entrevistas personales debería comenzar en 2021.[:]