"Queens" apesentam espaço PrEPara Salvador, no Casarão da Diversidade

[:pb]Em seis meses de atuação do PrEPara Salvador, 68 adolescentes já aderiram ao uso da Profilaxia Pré-exposição ao HIV, a chamada PrEP. No total, foram mais de 120 jovens recrutados para participar do estudo, que tem como foco a prevenção do vírus entre adolescentes gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres transexuais, entre 15 e 19 anos. Os dados foram divulgados durante um encontro internacional de avaliação, realizado entre os dias 9 e 11 de outubro, no Casarão da Diversidade, no Centro Histórico de Salvador.

A sede do projeto recebeu diversos líderes mundiais engajados em programas e ações de combate ao HIV espalhados pela América do Sul e na África, que vieram a Salvador para conhecer de perto o estudo local e compartilhar experiências. O PrEP 15-19 também é realizado simultaneamente em Belo Horizonte e São Paulo. “É um momento de avaliar e monitorar o andamento da pesquisa nesses seis primeiros meses, além de promover a integração entre os três sítios brasileiros, grupos internacionais e as agências de fomento”, explica Inês Dourado, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, que lidera o projeto em Salvador, além de ser representante das três cidades para a agência financiadora Unitaid e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em Salvador, o objetivo da pesquisa é alcançar 400 participantes em dois anos. Através do projeto, os jovens têm acesso a um programa multidisciplinar de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), com destaque para a distribuição da PrEP, medicação diária composta por dois antirretrovirais, reunidos em um único comprido, que impede a infecção pelo vírus HIV em até 98%. Na visita, os líderes mundiais conheceram as instalações do projeto e as atividades desenvolvidas pela equipe de profissionais local.

“Desde quando iniciamos, os jovens já estavam entusiasmados em integrar o estudo, não apenas por causa da proteção advinda da PrEP, mas pela possibilidade de lutar contra o estigma em relação àqueles que convivem com o HIV, em especial a população LGBT”, destaca o professor Marcelo Castellanos (ISC/UFBA), que integra a equipe do projeto na capital baiana.

O estudo também é coordenado na cidade pelos professores Laio Magno, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Luís Augusto da Silva, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC/UFBA).

Experiências internacionais

O PrEP 15-19 é o primeiro da América Latina que busca demonstrar a efetividade da profilaxia entre jovens e adolescentes. “Vários países não permitem sequer teste de HIV para aqueles menores de idade sem acompanhamento do responsável. E ainda há países que criminalizam a relação homoafetiva”, observa Maeve Mello, assessora regional de prevenção ao HIV na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Para ela, o projeto brasileiro serve de exemplo para o avanço de uma agenda da diversidade e dos direitos da infância e da adolescência.

Entre os grupos internacionais que participaram do encontro, está o ImPrEP, Projeto para Implementação da Profilaxia Pré-exposição ao HIV no Brasil, no México e no Peru. O estudo começou a ser implementado em 2017 e é fruto de um esforço conjunto entre o Ministério da Saúde brasileiro e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A meta é oferecer medicamentos antirretrovirais a cerca de 7.500 adultos não infectadas pelo vírus HIV nos três países participantes.

“Nós avaliamos durante todo o tempo para que a sociedade possa se beneficiar, desde o início, do nosso esforço e investimento”, destaca Valdilea Veloso, diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e pesquisadora líder do ImPrEP.

No Peru, a pesquisa atua em seis cidades, entre elas Lima/Callao, províncias que concentram 71% dos casos de aids do país. Para Carlos Cáceres, diretor do Centro de Investigación Interdisciplinaria en Sexualidad, Sida y Sociedad/CIISSS (Universidad Peruana Cayetano Heredia/Peru), responsável por coordenar o estudo por lá, além de oferecer os medicamentos, a PrEP tornou-se um importante canal para o diagnóstico precoce das infecções sexualmente transmissíveis. “Como o participante precisa fazer uma consulta a cada três meses, é possível fazer uma avaliação de doenças que até então poderiam estar assintomáticas”, pontua.

O encontro recebeu ainda representantes do Departamento de Saúde da África do Sul e da Universidade WITS (Joanesburgo), responsável por dar suporte aos estudos e à implementação do uso de PrEP entre adolescentes do sexo feminino naquele país.

PrEP SUS

Na América Latina, apenas o Brasil e o Chile adotaram a PrEP como política pública para combater o avanço do HIV na população adulta. Desde janeiro de 2018, a profilaxia é oferecida no nosso país pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até junho deste ano, 10.350 pessoas iniciaram o uso da PrEP através de unidades espalhadas nos 27 estados. Já são 192 serviços registrados no Brasil até o momento.

Nos últimos anos, a epidemia do vírus HIV impõe obstáculos para o controle da aids no país e desafia os pesquisadores na elaboração de estudos que buscam estratégias de prevenção cada vez mais eficientes. Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de pessoas vivendo com HIV saltou mais de 700% em 10 anos (2007-2017) entre os indivíduos de 15 e 24 anos.

Da população atendida pelo PrEP SUS, 77% é formada por homens que fazem sexo com homens ou por aqueles que se declaram gays. A maior parte dos atendimentos, cerca de 43%, é formada por jovens entre 18 e 29 anos de idade. “Estamos trabalhando com as equipes para ampliar o acesso a pessoas mais vulneráveis, aquelas com menor escolaridade, nível socioeconômico mais baixo e que não chegam ao serviço”, explica Cristina Pimenta, representante do Ministério da Saúde, que participou do encontro.

Ela também chamou a atenção para a eficiência da profilaxia na redução dos casos de HIV na população pesquisada. “A ideia é continuar e fortalecer a PrEP no Brasil. Estamos animados para receber os resultados dos adolescentes e incorporar essa experiência à política pública de PrEP em nosso país”.[:en]In six months of operation of PrEPara Salvador, 68 adolescents have already adhered to the use of HIV pre-exposure prophylaxis, called PrEP. In total, more than 120 young people were recruited to participate in the study, which focuses on virus prevention among gay adolescents, men who have sex with men (MSM), transvestites and transgender women, aged 15-19. The data was released during an international evaluation meeting, held from October 9-11, at Casarão da Diversidade, in Salvador’s Historic Center.

The project headquarters hosted a number of world leaders engaged in HIV programs and actions across South America and Africa who came to Salvador to learn about the local study and share experiences. PrEP 15-19 is also held simultaneously in Belo Horizonte and São Paulo. “It is a time to evaluate and monitor the progress of the research in these first six months, and promote the integration between these three Brazilian sites, international groups and funding agencies,” explains Inês Dourado, a professor at the UFBA Institute of Collective Health, who leads the project in Salvador, as well as being representative of the three cities for the funding agency Unitaid and the World Health Organization (WHO).

In Salvador, the research objective is to reach 400 participants in two years. Through the project, young people have access to a multidisciplinary program for the prevention of sexually transmitted infections (STIs), highlighting the distribution of PrEP, a daily medication composed of two antiretrovirals, combined in a single length, which prevents HIV infection. up to 98%. During the visit, world leaders learned about the project facilities and the activities carried out by the local team of professionals.

“Since we started, young people were already excited about joining the study, not only because of the protection that comes from PrEP, but because of the possibility of fighting stigma with those living with HIV, especially the LGBT population,” he says. Professor Marcelo Castellanos (ISC / UFBA), who is part of the project team in the Bahian capital.

The study is also coordinated in the city by professors Laio Magno, from the Bahia State University (Uneb) and Luís Augusto da Silva, from the Professor Milton Santos Institute of Humanities, Arts and Sciences (IHAC / UFBA).

International Experiences

PrEP 15-19 is the first in Latin America that seeks to demonstrate the effectiveness of prophylaxis among youth and adolescents. “Many countries do not even allow HIV testing for those under age without the guardian’s follow-up. And there are still countries that criminalize homosexual relationships, ”says Maeve Mello, regional HIV prevention advisor at the Pan American Health Organization (PAHO / WHO). For her, the Brazilian project serves as an example for advancing an agenda of diversity and the rights of children and adolescents.

Among the international groups that participated in the meeting is ImPrEP, Project for the Implementation of HIV Pre-Exposure Prophylaxis in Brazil, Mexico and Peru. The study began to be implemented in 2017 and is the result of a joint effort between the Brazilian Ministry of Health and the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz). The goal is to provide antiretroviral drugs to about 7,500 non-HIV-infected adults in the three participating countries.

“We evaluate all the time so that society can benefit from the beginning of our effort and investment,” says Valdilea Veloso, director of the Evandro Chagas National Institute of Infectious Diseases (INI / Fiocruz) and lead researcher at ImPrEP.

In Peru, the survey operates in six cities, including Lima / Callao, provinces that account for 71% of the country’s AIDS cases. For Carlos Cáceres, director of the Center for Interdisciplinary Research on Sexuality, AIDS and Society / CIISSS (Peruvian Cayetano Heredia University / Peru), responsible for coordinating the study there, in addition to offering medicines, PrEP has become an important channel for early diagnosis of sexually transmitted infections. “As the participant needs to make an appointment every three months, it is possible to make an assessment of diseases that until then could be asymptomatic”, points out.

The meeting was also attended by representatives of the South African Department of Health and WITS University (Johannesburg), responsible for supporting studies and implementation of PrEP use among female adolescents in that country.

PrEP SUS

In Latin America, only Brazil and Chile have adopted PrEP as a public policy to combat the spread of HIV in the adult population. Since January 2018, prophylaxis has been offered in our country by the Unified Health System (SUS). As of June this year, 10,350 people have started using PrEP through units spread across 27 states. There are already 192 services registered in Brazil so far.

In recent years, the epidemic of the HIV virus has imposed obstacles to the control of AIDS in the country and challenges researchers to develop studies that seek increasingly efficient prevention strategies. Ministry of Health data show that the number of people living with HIV jumped by over 700% in 10 years (2007-2017) among 15- and 24-year-olds.

Of the population served by PrEP SUS, 77% are men who have sex with men or those who claim to be gay. Most care, about 43%, is made up of young people between 18 and 29 years old. “We are working with the teams to expand access to the most vulnerable people, those with the least education, the lowest socioeconomic status and who are not in the service,” explains Cristina Pimenta, representative of the Ministry of Health, who attended the meeting.

She also drew attention to the effectiveness of prophylaxis in reducing HIV cases in the surveyed population. “The idea is to continue and strengthen PrEP in Brazil. We are excited to receive the results of adolescents and incorporate this experience into PrEP public policy in our country. ”vvvv

 [:es]En seis meses de funcionamiento de PrEPara Salvador, 68 adolescentes ya se han adherido al uso de la profilaxis previa a la exposición al VIH, llamada PrEP. En total, más de 120 jóvenes fueron reclutados para participar en el estudio, que se enfoca en la prevención de virus entre adolescentes homosexuales, hombres que tienen sexo con hombres (HSH), travestis y mujeres transgénero, de 15 a 19 años. Los datos se dieron a conocer durante una reunión de evaluación internacional, celebrada del 9 al 11 de octubre, en Casarão da Diversidade, en el Centro Histórico de Salvador.

La sede del proyecto acogió a varios líderes mundiales involucrados en programas y acciones sobre el VIH en América del Sur y África que vinieron a Salvador para aprender sobre el estudio local y compartir experiencias. PrEP 15-19 también se lleva a cabo simultáneamente en Belo Horizonte y São Paulo. “Este es un momento para evaluar y monitorear el progreso de la investigación en los primeros seis meses, así como para promover la integración entre estos tres sitios brasileños, grupos internacionales y agencias de financiación”, explica Inês Dourado, profesora del Instituto de Salud Colectiva de la UFBA, quien lidera el proyecto en Salvador, además de ser representante de las tres ciudades para la agencia de financiación Unitaid y la Organización Mundial de la Salud (OMS).

En Salvador, el objetivo de la investigación es llegar a 400 participantes en dos años. A través del proyecto, los jóvenes tienen acceso a un programa multidisciplinario para la prevención de infecciones de transmisión sexual (ITS), destacando la distribución de PrEP, un medicamento diario compuesto por dos antirretrovirales, combinados en una sola longitud, que previene la infección por VIH. hasta 98%. Durante la visita, los líderes mundiales aprendieron sobre las instalaciones del proyecto y las actividades llevadas a cabo por el equipo local de profesionales.

“Desde que comenzamos, los jóvenes ya estaban entusiasmados por unirse al estudio, no solo por la protección que brinda la PrEP, sino también por la posibilidad de combatir el estigma con las personas que viven con el VIH, especialmente la población LGBT”, dice. El profesor Marcelo Castellanos (ISC / UFBA), que forma parte del equipo del proyecto en la capital bahiana.

El estudio también está coordinado en la ciudad por los profesores Laio Magno, de la Universidad del Estado de Bahía (Uneb) y Luís Augusto da Silva, del Instituto Milton Santos de Humanidades, Artes y Ciencias (IHAC / UFBA).

Experiencias internacionales

PrEP 15-19 es la primera en América Latina que busca demostrar la efectividad de la profilaxis entre jóvenes y adolescentes. “Muchos países ni siquiera permiten la prueba del VIH para los menores de edad sin el seguimiento del tutor. Y todavía hay países que criminalizan las relaciones homosexuales “, dice Maeve Mello, asesora regional de prevención del VIH de la Organización Panamericana de la Salud (OPS / OMS). Para ella, el proyecto brasileño sirve como ejemplo para avanzar en una agenda de diversidad y los derechos de niños, niñas y adolescentes.

Entre los grupos internacionales que participaron en la reunión se encuentra ImPrEP, Proyecto para la implementación de la profilaxis previa a la exposición al VIH en Brasil, México y Perú. El estudio comenzó a implementarse en 2017 y es el resultado de un esfuerzo conjunto entre el Ministerio de Salud de Brasil y la Fundación Oswaldo Cruz (Fiocruz). El objetivo es proporcionar medicamentos antirretrovirales a aproximadamente 7.500 adultos no infectados por el VIH en los tres países participantes.

“Evaluamos todo el tiempo para que la sociedad pueda beneficiarse desde el comienzo de nuestro esfuerzo e inversión”, dice Valdilea Veloso, directora del Instituto Nacional de Enfermedades Infecciosas Evandro Chagas (INI / Fiocruz) e investigador principal de ImPrEP.

En Perú, la encuesta opera en seis ciudades, incluidas Lima / Callao, provincias que representan el 71% de los casos de SIDA del país. Para Carlos Cáceres, director del Centro de Investigación Interdisciplinaria sobre Sexualidad, SIDA y Sociedad / CIISSS (Universidad Peruana Cayetano Heredia / Perú), responsable de coordinar el estudio allí, además de ofrecer medicamentos, PrEP se ha convertido en un canal importante para diagnóstico temprano de infecciones de transmisión sexual. “Como el participante necesita hacer una cita cada tres meses, es posible hacer una evaluación de enfermedades que hasta ese momento podrían ser asintomáticas”, señala.

A la reunión también asistieron representantes del Departamento de Salud de Sudáfrica y de la Universidad WITS (Johannesburgo), responsables de apoyar los estudios y la implementación del uso de PrEP entre las adolescentes en ese país.

PrEP SUS

En América Latina, solo Brasil y Chile han adoptado la PrEP como política pública para combatir la propagación del VIH en la población adulta. Desde enero de 2018, el Sistema Unificado de Salud (SUS) ha ofrecido profilaxis en nuestro país. A partir de junio de este año, 10,350 personas comenzaron a usar PrEP a través de unidades distribuidas en 27 estados. Ya hay 192 servicios registrados en Brasil hasta el momento.

En los últimos años, la epidemia del virus del VIH ha impuesto obstáculos para el control del SIDA en el país y desafía a los investigadores a desarrollar estudios que busquen estrategias de prevención cada vez más eficientes. Los datos del Ministerio de Salud muestran que el número de personas que viven con el VIH aumentó en más del 700% en 10 años (2007-2017) entre los jóvenes de 15 y 24 años.

De la población atendida por PrEP SUS, el 77% son hombres que tienen sexo con hombres o aquellos que dicen ser homosexuales. La mayor parte de la atención, alrededor del 43%, está compuesta por jóvenes entre 18 y 29 años. “Estamos trabajando con los equipos para ampliar el acceso a las personas más vulnerables, aquellas con menos educación, el nivel socioeconómico más bajo y que no están en el servicio”, explica Cristina Pimenta, representante del Ministerio de Salud, que asistió a la reunión.

También llamó la atención sobre la efectividad de la profilaxis para reducir los casos de VIH en la población encuestada. “La idea es continuar y fortalecer la PrEP en Brasil. Estamos entusiasmados de recibir los resultados de los adolescentes e incorporar esta experiencia en las políticas públicas de PrEP en nuestro país ”.[:]