Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

[:pb]Com informações de Camila Maciel, Agência Brasil

Pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Emílio Ribas identificou quatro fatores que indicam risco de morte em pacientes com febre amarela. Idade avançada, contagem de neutrófilos elevados (células sanguíneas que fazem parte do sistema imune inato), aumento da enzima hepática AST e maior carga viral são os marcadores que apontam o risco de uma evolução grave da doença. O estudo destaca que, de cada 100 pessoas que são picadas por mosquitos infectados com o vírus da febre amarela, 10% desenvolverão sintomas da doença, e 30% podem morrer.

“O que mais nos deixava perplexos é que a maioria dos pacientes chegava bem, apenas se queixando de mal-estar, dor pelo corpo e febre, e, dias depois, alguns deles morriam. É uma doença de evolução muito rápida. Era um desafio determinar, na entrada do paciente, qual seria aquele que evoluiria muito mal da doença e qual seria aquele que teria uma evolução mais favorável. Foi isso que a gente abordou nesse trabalho”, explicou Esper Georges Kallás, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.

Outros 19 pesquisadores, apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), assinam o estudo, publicado na revista científica Lancet.

Kallás aponta que amostras para análises foram coletadas em pacientes durante o surto de febre amarela em São Paulo no ano passado.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, em 2019, até 3 de junho, foram registrados 66 casos autóctones de febre amarela silvestre no estado e 12 deles evoluíram para morte.

Em 2018, foram confirmados 504 casos autóctones em várias regiões do estado, dos quais 176 resultaram em morte. Também houve 261 epizootias (morte ou adoecimento de primatas não humanos).

Entre 11 de janeiro e 10 de maio de 2018, 118 pacientes com suspeita de febre amarela foram internados no Hospital das Clínicas e outros 113 no Emílio Ribas.

Diagnóstico

Após a confirmação do diagnóstico, o estudo se concentrou em 76 pacientes (68 homens e 8 mulheres). Dos 76 pacientes, 27 (36%) morreram durante o período de 60 dias após a internação hospitalar.

Onze pacientes com contagem de neutrófilos igual ou superior a 4.000 células/ml e carga viral igual ou superior a 5.1 log10 cópias/ml (ou seja, aproximadamente 125 mil cópias do vírus por mililitro de sangue) morreram, em comparação com três mortes entre os 27 pacientes com contagens de neutrófilos menor que 4.000 células/ml e cargas virais de menos de 5.1 log10 cópias/ml (menos de 125 mil cópias/ml).

Os pesquisadores puderam constatar também que a coloração amarelada na pele dos doentes, característica conhecida da doença, não é um marcador de severidade no momento da entrada do paciente no hospital.

“A coloração amarelada, consequência da destruição das células do fígado pelo vírus, só aparece em casos em piora avançada. Em nosso estudo, nenhum dos pacientes que veio a óbito chegou no hospital ostentando coloração amarelada”, disse Kallás.

Para identificar três dos marcadores, excluindo a idade, são necessários exames em laboratório. De acordo com o professor, o que mede a quantidade de neutrófilos e o aumento da enzina hepática são exames simples com resultado em, no máximo, uma hora.

“O mais difícil é a carga viral do vírus da febre amarela que é um ensaio experimental. Ele foi desenvolvido para esse estudo, e não é popularizado. Não está disponível em laboratórios de análise clínicas habitualmente”, explicou. Ele avalia que a disponibilidade do exame auxiliaria não só na identificação do marcador, mas no próprio diagnóstico.

Em casos de novos surtos de febre amarela, os resultados encontrados no estudo permitem agora que os médicos façam uma triagem de pacientes nos momentos de entrada nos serviços de saúde, identificando aqueles que potencialmente podem evoluir para casos mais severos. Assim, é possível antecipar internações nas unidades de terapia intensiva, aumentando as chances de sobrevivência.

Massa crítica

“Estamos criando uma massa crítica de informações que vai ajudar o médico na hora que avaliar o paciente, inicialmente quem vai melhor, quem vai pior e otimizar a disponibilização de recursos no hospital. Evidente que auxilia a melhorar a assistência a saúde dessas pessoas”, disse o pesquisador.

Outra consequência da descoberta é a hipótese de que remédios antivirais podem auxiliar no tratamento da febre amarela.

“Pela primeira vez é descrita a associação da quantidade de vírus [carga viral] com doença pior”, disse Kallás.

Segundo o pesquisador, outros projetos já avaliam medicações que poderiam ser usadas neste caso.

“Se chega um paciente com febre amarela bem no começo, será que se a gente der um remédio antiviral não corta a multiplicação do vírus e melhora o prognóstico dessa pessoa? Já que a quantidade de vírus é um fator, isso tem o potencial de mudar a história de sobrevivência na febre amarela se a gente achar um remédio que for eficaz”, finalizou.[:en]With information from Camila Maciel, Agência Brasil

Research developed by the University of São Paulo (USP) and Emílio Ribas Institute identified four factors that indicate risk of death in patients with yellow fever. Older age, elevated neutrophil counts (blood cells that are part of the innate immune system), increased liver enzyme AST, and higher viral load are the markers that indicate the risk of a severe disease course. Of the 100 people who are bitten by mosquitoes infected with the yellow fever virus, 10% will develop symptoms of the disease, and 30% may die.

“What puzzled us the most was that most patients arrived well, only complaining of discomfort, body aches, and fever, and days later some of them died. It is a very rapidly evolving disease. It was a challenge to determine, at the patient’s entrance, which one would evolve very badly from the disease and which would have the most favorable course. That is what we approached in this work, ”explained Esper Georges Kallás, a professor at the Department of Infectious and Parasitic Diseases at USP’s School of Medicine.

Another 19 researchers, supported by the São Paulo State Research Support Foundation (Fapesp), subscribe to the study, published in the scientific journal Lancet.

Kallás points out that samples for analysis were collected from patients during the yellow fever outbreak in Sao Paulo last year.

According to the State Department of Health, in 2019, until June 3, 66 autochthonous cases of wild yellow fever were recorded in the state and 12 of them evolved to death.

In 2018, 504 autochthonous cases were confirmed in various regions of the state, of which 176 resulted in death. There were also 261 epizootic diseases (death or illness of nonhuman primates).

Between January 11 and May 10, 2018, 118 patients with suspected yellow fever were admitted to Hospital das Clínicas and 113 to Emílio Ribas.

Diagnosis

After confirmation of the diagnosis, the study focused on 76 patients (68 men and 8 women). Of the 76 patients, 27 (36%) died within 60 days of hospitalization.

Eleven patients with a neutrophil count of 4,000 cells / ml or greater and a viral load of 5.1 log10 copies / ml (or approximately 125,000 copies of the virus per milliliter of blood) died, compared with three deaths among 27 patients with neutrophil counts less than 4,000 cells / ml and viral loads of less than 5.1 log10 copies / ml (less than 125,000 copies / ml).

The researchers also found that the yellowish coloration on the patients’ skin, a known feature of the disease, is not a marker of severity at the time of patient entry into the hospital.

“Yellowish coloration, due to the destruction of the liver cells by the virus, only appears in cases of advanced worsening. In our study, none of the patients who died arrived at the hospital with a yellow color, ”said Kallás.

To identify three of the markers, excluding age, laboratory tests are required. According to the professor, what measures the amount of neutrophils and the increase in liver enzyme are simple tests with a maximum of one hour.

“The most difficult is the viral load of the yellow fever virus which is an experimental trial. It was developed for this study, and is not popularized. It is not usually available in clinical analysis laboratories, ”he explained. He evaluates that the availability of the exam would assist not only in marker identification but also in the diagnosis itself.

In cases of new outbreaks of yellow fever, the results found in the study now allow physicians to screen patients at the time of entry into health services, identifying those who may potentially progress to more severe cases. Thus, it is possible to anticipate hospitalizations in intensive care units, increasing the chances of survival.

Critical mass

“We are creating a critical mass of information that will help the doctor when evaluating the patient, initially who is doing better, who is doing worse and optimizing the availability of resources in the hospital. Evident that helps to improve the health care of these people, ”said the researcher.

Another consequence of the finding is the hypothesis that antiviral drugs may aid in the treatment of yellow fever.

“For the first time, the association between the amount of virus [viral load] and worse disease is described,” said Kallás.

According to the researcher, other projects already evaluate medications that could be used in this case.

“If a yellow fever patient arrives early on, does giving us an antiviral drug not cut the virus’s multiplication and improve that person’s prognosis? Since the amount of virus is a factor, it has the potential to change the history of survival in yellow fever if we find a remedy that is effective, ”he said.[:es]Com informações de Camila Maciel, Agencia Brasil

La Universidad de São Paulo (USP) y el Instituto Emilio Ribas identifican las personas que se relacionan con el riesgo de la atención al paciente. Diseño de la enfermedad hepática AST y la mayor carga viral de los marcadores que se encuentran en la zona de la enfermedad hepática. O estudo destaca que, de cada 100 personas que tiene imágenes de mosquitos infectados con el texto de la familia, 10% de los síntomas de la vida, y 30% más.

“O you mais nos deixava perplexos é que a maioria dos patient chegava bem, apenas se queixando de mal-estar, dor pelo corpo e febre, e, dias depois, alguns deles morriam. É uma doença de evolução muito rápida. Se trata de un proceso de evaluación, una entrada de paciente, una serie de preguntas que evolucionarán y se desarrollarán de manera más rápida y mejorará. Foi is so a a abordo abordo nesse trabalho “, explicou Esper Georges Kallás, profesor de Departamento de Moléstias Infecciosas y Parasitárias de la Fábrica de Medicina de la USP.

Otros 19 pesquisadores, miembros de la Fundación de Amparo a la Pesquisa del Estado de São Paulo (Fapesp), assinam o estudo, publicado en la revista científica Lancet.

Kallás aponta que amostras for análises foram coletadas em pacientes in the surto of febre amarela em São Paulo no ha pasado.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, em 2019, até 3 de junho, foram insed 66 fores to the devale amarela wild and state y 12 deles evoluíram para morte.

Em 2018, foram confirmados 504 casos autoctonos en las distintas regiones del estado, más de 176 puntos de interés. También tenemos 261 epizootias (morte ou adoecimento de primatas não humanos).

Entre el 11 de enero y el 10 de mayo de 2018, 118 pacientes con atención médica internacional no se encuentran en el Hospital de Clínicas y en los Estados Unidos, 113 en Emilio Ribas.

Diagnóstico

Aprobación de la confirmación de diagnóstico, o el análisis de identidad en 76 pacientes (68 homens y 8 mulheres). Dos 76 pacientes, 27 (36%) morreram durante un período de 60 días en un hospital hospitalario.

Otros pacientes con control de neutrófilos igual o superior a 4.000 células / ml e carga viral igual o superior a 5.1 log10 cópias / ml 27 pacientes con contagens de neutrófilos menores que 4.000 células / ml y cargas virais de menos de 5.1 log10 cópias / ml (menos de 125 mil cópias / ml).

Los pesquisadores constan también de una colección de imágenes en la página de dos, la característica de la educación y el marcador de la vida en el momento.

“Una recopilación de datos, como consecuencia de la destrucción de las células del hígado, se presenta en los casos en que se ha realizado. En este caso, no hay otros pacientes que no se encuentren en un hospital que no sea un hospital de conservación “, dice Kallás.

Para identificar los dos marcadores, excluir un archivo, no es necesario realizar ningún examen en el laboratorio. De acordo con el profesor, o que medimos una cantidad de neutrófilos y el aumento de la enzima hepática son exámenes simples con resultado, no máximo, hora máxima.

“O mais difícil é a carga viral do vírus da febre amarela que é um ensaio experimental. Se ha desvelado para su uso, y no se ha popularizado. No está disponible en los laboratorios de análisis clínicos, explicou. Una vez que la disponibilidad sea igual de auxiliar, no se identificará con el marcador, sino con el diagnóstico.

En estos casos se publicaron nuevos libros, pero no se encontraron, sino también en los médicos, o en el caso de los médicos, y en el caso de los pacientes, y también en los siguientes pasos. Assim, é possível antecipar internações nas units of therapy intensiva, aumentado como chances de sobrevivência.

Masa critica

“Estamos hablando de una información más detallada de la información que se hace en el médico o la hora del paciente, la atención médica, la atención médica, la atención médica y la disponibilidad de recursos en el hospital. Evidente que auxilia a melhorar a assistência a saúde dessas pessoas ”, disse o pesquisador.

La consecuencia de la descoberta es un hipótese de los remedios antivíales que pueden ser auxiliares en el tratamiento de la familia.

“Pela primeira time é descrita a Associação da Quantitye of Vírus [carga viral] com doença pior”, disse Kallás.

Segundo libro de trabajo, proyectos de investigación y análisis de medios de comunicación que se utilizarán en este caso.[:]