Da esquerda para a direita: Liliana Santos (ISC/UFBA), Clarice Santos Mota (ISC/UFBA), Mariana Bertol Leal (Secretaria de Atenção Especializada à Saúde/Ministério da Saúde) e Eduardo Mota (ISC/UFBA)

[:pb]A área da Saúde Coletiva oferece, atualmente, 22 cursos de graduação em todo o país. São cerca de 800 sanitaristas graduados em pouco mais de uma década. Deste total, 94 são bacharéis formados pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, que comemora, este ano, 10 anos da graduação. Mas como o mercado de trabalho tem recebido esses profissionais? E quais os principais desafios da formação em Saúde Coletiva? O assunto foi tema de debate no Seminário de Pesquisa da última sexta-feira (6), que também abordou a importância da interdisciplinaridade no processo de aprendizagem dos estudantes.

Mariana Bertol Leal, assessora técnica da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde/Ministério da Saúde

Egressa da primeira turma de graduação em Saúde Coletiva do Brasil, Mariana Bertol Leal foi convidada para compartilhar experiências vivenciadas dentro e fora da sala de aula. “Os graduados precisam dialogar com conhecimentos muito especializados e de diferentes campos para produzir um olhar mais ampliado sobre a saúde”, destacou.

Formada em 2005, pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Mariana é assessora técnica da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, desde 2015. Durante a palestra, ela apresentou algumas ações desse trabalho, como o enfrentamento ao mosquito Aedes Aegypti e a assistência às famílias de crianças nascidas com microcefalia, após o surto do zika vírus, em 2015.

De lá para cá, participou ativamente de outras estratégias, como o combate ao sarampo em estados do Norte e, mais recentemente, na tragédia de Brumadinho, que contou com o apoio da Força Nacional do SUS por um período de 30 dias naquela região. “O nosso campo de atuação é muito vasto. Nosso grande desafio é formar profissionais para atuar nesse cenário tão complexo do SUS e da Saúde Coletiva”, avaliou.

Eduardo Mota, professor do Instituto de Saúde Coletiva/UFBA

A sessão foi coordenada pela professora Clarice Mota e contou com a presença do professor Eduardo Luiz Andrade Mota, que discutiu o papel da interdisciplinaridade na formação dos futuros sanitaristas. Ele apresentou números do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), estudo comparativo internacional, realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o levantamento de 2018, 43% dos estudantes brasileiros não aprenderam o mínimo em leitura, matemática e ciências.

“Estamos fazendo interdisciplinaridades para pessoas que saíram do Ensino Médio com deficiências e isso tem que ser levando em conta dentro das salas de aula, nos programas e no material”, observou. O professor falou ainda sobre a importância de manter uma grade curricular que estimule a interdisciplinaridade. “No projeto do curso do ISC, reservamos quase 60% para momentos e espaços interdisciplinares”, pontuou.

Liliana Santos, coordenadora do Colegiado de Graduação do Instituto de Saúde Coletiva/UFBA

Para a coordenadora do Colegiado de Graduação em Saúde Coletiva do ISC/UFBA, professora Liliana Santos, os espaços de discussões promovidos pelo Instituto têm estimulado avaliações críticas e mais próximas da realidade dos estudantes. “Desde o primeiro dia, refletimos criticamente sobre as nossas proposições, sobre a intencionalidade e as consequências do que fazemos na graduação em Saúde Coletiva”.

A professora apresentou o cenário atual da Saúde Coletiva no Brasil e as principais conquistas ao longo dos últimos 10 anos, como o registro da ocupação do sanitarista graduado na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) e a criação, no ano passado, da Associação de Bacharéis em Saúde Coletiva (ABASC).

Entre os desafios, ela chamou a atenção para a necessidade de tramitar e aprovar o projeto de lei que regulamenta a profissão de sanitarista no país. Para a professora, é preciso intensificar ainda o diálogo com os serviços de saúde. “Estamos trabalhando para uma população da qual fazemos parte e com a qual nós temos compromisso político, de emancipação, proteção, cuidado e produção de outras formas de saúde”, concluiu.

Para acompanhar o debate completo, assista ao vídeo abaixo.

[:en]The Public Health area currently offers 22 undergraduate courses across the country. There are about 800 graduates in a little over a decade. Of this total, 94 are bachelors graduated by the Institute of Collective Health of UFBA, which celebrates, this year, 10 years of graduation. But how has the job market received these professionals? And what are the main challenges of Collective Health training? The subject was the subject of debate at the Research Seminar last Friday (6), which also addressed the importance of interdisciplinarity in the learning process of students.

Mariana Bertol Leal, Technical Advisor to the Secretariat of Specialized Health Care / Ministry of Health

A member of the first undergraduate class in Public Health in Brazil, Mariana Bertol Leal was invited to share her experiences inside and outside the classroom. “Graduates need to dialogue with very specialized knowledge and different fields to produce a broader look at health,” he said.

Graduated in 2005 from the State University of Rio Grande do Sul (UERGS), Mariana is a technical advisor to the Secretariat of Specialized Health Care, a body linked to the Ministry of Health, since 2015. During the lecture, she presented some actions of this work, such as: coping with the Aedes Aegypti mosquito and assisting families of children born with microcephaly after the Zika virus outbreak in 2015.

Since then, he has actively participated in other strategies, such as combating measles in northern states and, more recently, in the Brumadinho tragedy, which was supported by the SUS National Force for a period of 30 days in that region. “Our field of activity is very vast. Our big challenge is to train professionals to work in this complex scenario of SUS and Public Health ”, he assessed.

Eduardo Mota, professor at the Institute of Collective Health / UFBA

The session was coordinated by Professor Clarice Mota and was attended by Professor Eduardo Luiz Andrade Mota, who discussed the role of interdisciplinarity in shaping future health workers. He presented figures from the International Student Assessment Program (Pisa), an international comparative study conducted every three years by the Organization for Economic Co-operation and Development (OECD). According to the 2018 survey, 43% of Brazilian students did not learn the least in reading, math and science.

“We are doing interdisciplinarity for people who have left high school with disabilities and this has to be taken into account within the classrooms, programs and material,” he noted. The teacher also spoke about the importance of maintaining a curriculum that encourages interdisciplinarity. “In the ISC course project, we set aside almost 60% for interdisciplinary moments and spaces,” he said.

Liliana Santos, Coordinator of the Undergraduate College of the Institute of Public Health / UFBA

For the coordinator of the Collegiate Health Collegiate of ISC / UFBA, Professor Liliana Santos, the discussion spaces promoted by the Institute have stimulated critical evaluations and closer to the reality of students. “From day one, we critically reflected on our propositions, on the intentionality and consequences of what we do in undergraduate public health.”

The teacher presented the current scenario of Collective Health in Brazil and the main achievements over the last 10 years, such as the registration of the occupation of the sanitarist graduated in the Brazilian Occupation Classification (CBO) and the creation, last year, of the Association of Bachelors in Collective Health (ABASC).

Among the challenges, she drew attention to the need to process and approve the bill that regulates the sanitation profession in the country. For the teacher, it is still necessary to intensify the dialogue with health services. “We are working for a population of which we are a part and with which we have a political commitment, emancipation, protection, care and production of other forms of health,” he concluded.

To follow the full discussion, watch the video below.

[:es]El área de Salud Pública actualmente ofrece 22 cursos de pregrado en todo el país. Hay alrededor de 800 graduados en poco más de una década. De este total, 94 son licenciados graduados por el Instituto de Salud Colectiva de la UFBA, que celebra, este año, 10 años de graduación. Pero, ¿cómo ha recibido el mercado laboral a estos profesionales? ¿Y cuáles son los principales desafíos de la capacitación en salud colectiva? El tema fue objeto de debate en el Seminario de Investigación del pasado viernes (6), que también abordó la importancia de la interdisciplinariedad en el proceso de aprendizaje de los estudiantes.

Mariana Bertol Leal, asesora técnica de la Secretaría de Atención Médica Especializada / Ministerio de Salud

Miembro de la primera clase de pregrado en Salud Pública en Brasil, Mariana Bertol Leal fue invitada a compartir sus experiencias dentro y fuera del aula. “Los graduados necesitan dialogar con conocimientos muy especializados y diferentes campos para producir una visión más amplia de la salud”, dijo.

Graduada en 2005 de la Universidad Estatal de Rio Grande do Sul (UERGS), Mariana es asesora técnica de la Secretaría de Atención Médica Especializada, un organismo vinculado al Ministerio de Salud, desde 2015. Durante la conferencia, presentó algunas acciones de este trabajo, tales como: lidiando con el mosquito Aedes Aegypti y ayudando a familias de niños nacidos con microcefalia después del brote del virus Zika en 2015.

Desde entonces, ha participado activamente en otras estrategias, como combatir el sarampión en los estados del norte y, más recientemente, en la tragedia de Brumadinho, que fue apoyada por la Fuerza Nacional del SUS durante un período de 30 días en esa región. “Nuestro campo de actividad es muy vasto. Nuestro gran desafío es capacitar a profesionales para que trabajen en este complejo escenario de SUS y Salud Pública ”, evaluó.

Eduardo Mota, profesor del Instituto de Salud Colectiva / UFBA

La sesión fue coordinada por el profesor Clarice Mota y contó con la presencia del profesor Eduardo Luiz Andrade Mota, quien discutió el papel de la interdisciplinariedad en la formación de los futuros trabajadores de la salud. Presentó cifras del Programa Internacional de Evaluación de Estudiantes (Pisa), un estudio comparativo internacional realizado cada tres años por la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE). Según la encuesta de 2018, el 43% de los estudiantes brasileños no aprendieron menos en lectura, matemáticas y ciencias.

“Estamos haciendo interdisciplinariedad para las personas que han dejado la escuela secundaria con discapacidades y esto debe tenerse en cuenta dentro de las aulas, los programas y el material”, señaló. La maestra también habló sobre la importancia de mantener un plan de estudios que fomente la interdisciplinariedad. “En el proyecto del curso ISC, reservamos casi el 60% para momentos y espacios interdisciplinarios”, dijo.

Liliana Santos, Coordinadora de la Facultad de Pregrado del Instituto de Salud Pública / UFBA

Para la coordinadora de Collegiate Health Collegiate de ISC / UFBA, la profesora Liliana Santos, los espacios de discusión promovidos por el Instituto han estimulado evaluaciones críticas y más cercanas a la realidad de los estudiantes. “Desde el primer día, reflexionamos críticamente sobre nuestras propuestas, sobre la intencionalidad y las consecuencias de lo que hacemos en la salud pública de pregrado”.

El profesor presentó el escenario actual de Salud Colectiva en Brasil y los principales logros de los últimos 10 años, como el registro de la ocupación del sanitario graduado en la Clasificación de Ocupación de Brasil (CBO) y la creación, el año pasado, de la Asociación de Grados en Salud Colectiva (ABASC).

Entre los desafíos, llamó la atención sobre la necesidad de procesar y aprobar el proyecto de ley que regula la profesión de saneamiento en el país. Para el profesor, aún es necesario intensificar el diálogo con los servicios de salud. “Estamos trabajando para una población de la que formamos parte y con la que tenemos un compromiso político, emancipación, protección, atención y producción de otras formas de salud”, concluyó.

Para seguir la discusión completa, mire el video a continuación.

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