[:pb]Autores: Denise Nogueira Cruz, Thais Régis Aranha Rossi, Marcele Carneiro Paim e Sandra Garrido de Barros

O primeiro caso da COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 foi relatado em Wuhan, China, em dezembro de 2019. Naquele momento, a partir dos relatos de casos de pneumonia desconhecida, autoridades sanitárias chinesas iniciaram investigação epidemiológica cujos resultados foram divulgados e descrito um novo coronavírus.

Em 11 de março de 2020, frente à disseminação mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que já havia declarado situação de Emergência Internacional em 30 de janeiro de 2020, reconheceu a pandemia de COVID-193. A doença, até o momento, não apresenta uma vacina ou terapêutica medicamentosa efetiva, e ainda que drogas como antirretrovirais, cloroquina/hidroxicloroquina e terapia respiratória venham sendo utilizadas, o distanciamento social parece ser a única medida efetiva na redução da taxa de contágio.

Nesse contexto, a informação passa a ter uma importância estratégica, na medida em que sua difusão pode contribuir para a ampliação e intensificação do compromisso da população como um todo com as medidas de distanciamento social. Ou seja, a difusão de informação acerca do curso da pandemia e a comunicação social sobre as ações adotadas pelo Estado e pela sociedade para garantir a proteção das pessoas e a redução do ritmo de espalhamento do vírus, passa a ser um componente essencial da estratégia de combate à pandemia.

A concepção do conceito de informação não é única. Seu significado está atrelado a vários fatores como a opinião, o interesse e o conhecimento do indivíduo. Nesta direção, “informação em saúde consiste na descrição ou representação limitada de um evento, agravo, atributo ou dimensão da situação de saúde-doença-cuidado de indivíduos ou população, no tempo e espaço definidos, a partir de uma determinada visão de mundo”.

Vale, entretanto, ressaltar que sistema de informação e informação não devem ser confundidos por algo único. Os sistemas têm o papel de respaldar o monitoramento do estado de saúde e são ferramentas de gestão. Nessa perspectiva, há que se diferenciar que a informação, seja o conteúdo a ser disponibilizado, seja a forma de apresentação, perpassa por decisões da gestão. Logo, o âmbito da comunicação em saúde é institucional e diz respeito às diretrizes de comunicação pública a partir do Estado e de suas políticas e instrumentos.

Há que se destacar a comunicação como componente necessário ao gerenciamento do risco e tomadas de decisão em saúde. Nesse sentido, a gestão da apresentação das informações pode ajudar ou confundir o entendimento acerca do problema. A linguagem e os recursos visuais utilizados são determinantes para direcionamento do que se pretende comunicar, produzem sentidos e induzem também mensagens subliminares. Em tempos de pandemia, o tratamento das informações que restringe conteúdos para divulgação oficial de dados pode não apenas influenciar comportamentos, mas aumentar os riscos.

Em publicações na língua inglesa sobre o novo coronavírus no Twitter, os usuários manifestam preocupação com o impacto da doença nas pessoas e nos países, relacionada ao número de mortes, reforçando a importância da utilização das redes sociais como estratégia de vigilância em saúde, assim como da presença dos órgãos governamentais de saúde para comunicação com a sociedade sobre a COVID-19, “ouvindo” os usuários e informando-os.

Clique aqui para ler o texto na íntegra.[:]