Entre os dias 24 a 29 de abril, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) recebe pesquisadores de quatro países (Reino Unido, Brasil, Etiópia e Sri Lanka) envolvidos no Projeto ECLIPSE para o Encontro Transnacional ECLIPSE. O estudo global investiga o impacto social da Leishmaniose cutânea em comunidades do Brasil, Etiópia e Sri Lanka. Financiado pelo UK National Institute for Health and Care Research (NIHR), o projeto tem o objetivo de estimular o empoderamento comunitário a pessoas acometidas pela doença, diminuir o estigma e ampliar a educação comunitária em relação ao agravo.

Liderado pela parasitologista Helen Price e pela antropóloga Lisa Dikomitis, respectivamente da Keele University e da Kent University, do Reino Unido, o estudo está sendo conduzido no Brasil pelo médico Paulo Machado, coordenador do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), e pela professora Leny Trad, coordenadora do Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação Técnica em Comunidade, Família e Saúde (FASA) do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA.

O encontro no Brasil será o primeiro presencial com toda a equipe e contará com uma viagem para as quatro comunidades em que o projeto atua na Bahia: Orobó/Valença; Corte de Pedra/Presidente Tancredo Neves; São Paulinho e Alto Alegre/Teolândia.

A programação da visita inclui encontro na UFBA para apresentar um panorama geral sobre cuidado integral em Leishmaniose Cutânea na Bahia (24/04); visita à Casa de Farinha e ao posto de saúde na comunidade do Orobó (26/04); visita à associação de mulheres e à comunidade quilombola Paraíso e estreia do filme “O tempo das coisas”, artes locais e lançamento de zines em São Paulinho (27/04).

No dia 28, acontecerá uma roda de conversa com o tema “identidade e território” e plantio de mudas na Cachoeira Guela (Alto Alegre). No mesmo dia, em Corte de Pedra, a equipe se reúne com a comunidade para uma leitura itinerante.

O projeto ECLIPSE

O ECLIPSE é uma pesquisa-ação de caráter multicêntrico e intercultural que adota uma perspectiva sociocultural para investigar a Leishmaniose Cutânea em regiões endêmicas do Brasil, da Etiópia e do Sri Lanka. O projeto é coordenado pela bióloga Helen Price (Keele University/UK) e pela antropóloga Lisa Dikomitis (KMMS/UK), em colaboração com a Universidade Federal da Bahia (coordenação de Leny Trad/ISC-UFBA e Paulo Machado/SIM/HUPES), Mekelle University (Ethiopia) e Rajarata University of Sri Lanka.

Entre seus objetivos, o ECLIPSE pretende aprimorar a atenção à saúde das pessoas com Leishmaniose Cutânea (LC) e ampliar a conscientização comunitária sobre a doença através da educação em saúde nas comunidades e da formação para os profissionais de saúde locais; construir conhecimento transcultural sobre a LC; orientar a política pública e a assistência às pessoas com LC.

No Brasil, o projeto foi implantado na UFBA em junho de 2020 e tem vigência até outubro de 2024. Suas atividades de campo se concentram em Valença, Tancredo Neves e Teolândia, em especial em áreas rurais, municípios baianos com histórico significativo de casos da doença. A equipe brasileira é composta por dois pesquisadores, 18 estudantes (doutorandos, mestrandos e graduandos) de diferentes áreas (médicos, antropólogos, psicólogos, artistas, etc.) e 10 integrantes de apoio técnico.