[:pb]O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou, na última quarta-feira (20), o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020.  A polêmica em torno de uma nova data é apenas um capítulo do amplo debate sobre as consequências da pandemia de covid-19 também para a educação. Um documento elaborado por pesquisadores da Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade – alerta para os impactos do fechamento das unidades escolares sobre a vida dos 47,8 milhões de estudantes da Educação Básica no Brasil.

Apesar de defenderem as medidas de suspensão das aulas, os pesquisadores apontam uma série de questões que podem agravar o aprendizado e o aumento das desigualdades no médio e longo prazo. “O objetivo é discutir como o afastamento desses estudantes, principalmente dos 38,7 milhões que estão matriculados em escolas públicas, vai aumentar o grau de desigualdade da educação no país”, explica Márcio Natividade, professor do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e um dos autores do documento.

O grupo de pesquisadores destaca a repercussão das alterações no calendário escolar, e do próprio Enem, para a saúde dos alunos. “Levantamos desde a preocupação com problemas nutricionais decorrente da interrupção do fornecimento da alimentação escolar, assim como a pressão psicológica e o impacto do longo período de isolamento social sobre a saúde mental dos estudantes”.

Outro problema discutido pelo documento é a alternativa de educação na modalidade EaD e a falta de uma política de acesso à internet mais igualitária. No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 42% das classes “D” e “E” estão conectadas, sendo que mais de 70% dos usuários encontram-se nas áreas urbanas. “Esse processo é agravado pela precariedade ou inexistência de internet em uma parcela significativa dos lares onde residem esses estudantes”, observa.

Ainda segundo o professor, é preciso também investir na capacitação dos educadores para uso e domínio das ferramentas digitais neste novo cenário. “São limitações pedagógicas e tecnológicas que dificultam e impedem o desenvolvimento de atividades de educação à distância em nosso país”, avalia.

Para acessar o documento completo, clique aqui.[:en]The National Institute of Educational Studies and Research Anísio Teixeira (Inep) announced, last Wednesday (20), the postponement of the exams of the National High School Exam (Enem) 2020. The controversy surrounding a new date is just a chapter of the broad debate on the consequences of the covid-19 pandemic also for education. A document prepared by researchers from the CoVida Network – Science, Information and Solidarity – alerts to the impacts of the closure of school units on the lives of the 47.8 million students of Basic Education in Brazil.

Despite defending the measures to suspend classes, the researchers point out a series of issues that can aggravate learning and increase inequalities in the medium and long term. “The objective is to discuss how the removal of these students, especially the 38.7 million who are enrolled in public schools, will increase the degree of inequality in education in the country”, explains Márcio Natividade, professor at the Instituto de Saúde Coletiva (ISC / UFBA) ) and one of the authors of the document.

The group of researchers highlights the impact of changes in the school calendar, and of Enem itself, for the health of students. “We raised it from the concern with nutritional problems resulting from the interruption of the supply of school meals, as well as the psychological pressure and the impact of the long period of social isolation on the mental health of students”.

Another problem discussed by the document is the education alternative in distance education and the lack of a more egalitarian internet access policy. In Brazil, according to the Institute of Applied Economic Research (Ipea), only 42% of the “D” and “E” classes are connected, with more than 70% of users being in urban areas. “This process is aggravated by the precariousness or lack of internet in a significant portion of the homes where these students reside”, he observes.

Still according to the professor, it is also necessary to invest in training educators to use and master digital tools in this new scenario. “These are pedagogical and technological limitations that hinder and prevent the development of distance education activities in our country,” he says.

To access the full document, click here.[:es]El Instituto Nacional de Estudios e Investigación Educativa Anísio Teixeira (Inep) anunció, el miércoles pasado (20), el aplazamiento de los exámenes del Examen Nacional de Escuelas Secundarias (Enem) 2020. La controversia en torno a una nueva fecha es solo un capítulo del amplio debate sobre las consecuencias de la pandemia covid-19 también para la educación. Un documento preparado por investigadores de la Red CoVida – Ciencia, Información y Solidaridad – alerta sobre los impactos del cierre de las unidades escolares en la vida de los 47.8 millones de estudiantes de Educación Básica en Brasil.

A pesar de defender las medidas para suspender las clases, los investigadores señalan una serie de problemas que pueden agravar el aprendizaje y aumentar las desigualdades a mediano y largo plazo. “El objetivo es discutir cómo la eliminación de estos estudiantes, especialmente los 38.7 millones que están matriculados en escuelas públicas, aumentará el grado de desigualdad en la educación en el país”, explica Márcio Natividade, profesor del Instituto de Salud Colectiva (ISC / UFBA) ) y uno de los autores del documento.

El grupo de investigadores destaca el impacto de los cambios en el calendario escolar, y del propio Enem, para la salud de los estudiantes. “Lo planteamos por la preocupación por los problemas nutricionales resultantes de la interrupción del suministro de comidas escolares, así como por la presión psicológica y el impacto del largo período de aislamiento social en la salud mental de los estudiantes”.

Otro problema discutido por el documento es la alternativa educativa en educación a distancia y la falta de una política de acceso a internet más igualitaria. En Brasil, según el Instituto de Investigación Económica Aplicada (IPEA), solo el 42% de las clases “D” y “E” están conectadas, y más del 70% de los usuarios se encuentran en áreas urbanas. “Este proceso se ve agravado por la precariedad o la falta de internet en una parte importante de los hogares donde residen estos estudiantes”, observa.

Según el profesor, también es necesario invertir en la formación de educadores para usar y dominar las herramientas digitales en este nuevo escenario. “Estas son limitaciones pedagógicas y tecnológicas que obstaculizan e impiden el desarrollo de actividades de educación a distancia en nuestro país”, dice.

Para acceder al documento completo, haga clic aquí.[:]