Da esquerda para a direita: Altair Lira (ABPN), Joilda Nery (ISC/UFBA), Edna Araújo (Uefs) e Eduardo Ribeiro (UFBA)

[:pb]Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra tem 2,7 vezes mais chances de ser vítima de assassinato no Brasil. Os negros também são os mais afetados por doenças relacionadas à pobreza, como hanseníase e tuberculose. Para discutir o cenário de vulnerabilidade racial no país, pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) promoveram o “I Seminário Norte-Nordeste Sobre Saúde da População Negra: Uma Abordagem Interdisciplinar e Interseccional”. O evento foi realizado nos dias 28 e 29 de novembro de 2019, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O seminário contou com a presença de pesquisadores, gestores, profissionais de saúde, representantes de movimentos sociais e membros da comunidade interessados em fortalecer o intercâmbio das duas regiões mais negras do país. Segundo o IBGE, 73,7% da população do Norte se autodeclara preta ou parda; no Nordeste, o percentual é de 69,2%.

O evento destacou estudos que apontam para a prevalência do racismo nas relações de violência e negligência de doenças. Uma das pesquisas discutidas investigou as abordagens policiais em três capitais nordestinas (Salvador, Fortaleza e Recife) e concluiu que a escolha dos “suspeitos”, por parte dos policiais militares, pode estar ligada, diretamente, à cor/raça dos jovens abordados.

“A segregação racial e o racismo, presentes na estrutura e dinâmicas relacionais da sociedade brasileira, assim como sua negação ou mesmo uma certa naturalização, autorizam essa tomada de decisão (de abordagem) e o modo de atuar truculento da polícia frente à juventude negra”, destacou a professora Leny Trad, coordenadora do Programa Integrado de pesquisa e Cooperação Técnica Comunidade, Família e Saúde – FA-SA (ISC/UFBA), que liderou o estudo.

Dados do Atlas da Violência de 2019, elaborado pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança, também revelam que os negros representam 75% das vítimas de homicídio no país. Para a professora Edna Araújo, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que participou de uma das mesas do seminário, a discussão sobre a vulnerabilidade dessa população vai muito além do que os números conseguem calcular.

“Não podemos nos contaminar pela banalização da morte. As vítimas de homicídio têm uma história que precisa ser levada em conta. Precisamos entender que a vida humana tem valor independente do fenótipo que as pessoas tenham”, ponderou.

Para o historiador Eduardo Ribeiro, a ligação entre os homicídios e o tráfico de drogas, além de autorizar a atuação do Estado, tem contribuído para dessensibilizar a sociedade em relação aos assassinatos. “É preciso pensar os lugares onde são produzidas essas mortes e observar com outras lentes. Caso contrário, estamos reforçando esse projeto colonizador e genocida”, disse.

O risco tem cor

“Crianças da raça/cor preta possuem 92% mais risco de adoecer de hanseníase do que as crianças brancas”. O alerta é da professora Joilda Nery, professora do ISC/UFBA e uma das principais autoras da maior pesquisa já realizada sobre o tema no mundo. Com uma base de dados de 100 milhões de brasileiros, o estudo foi publicado pela revista internacional The Lancet Global Health em julho deste ano.

Segundo a professora, essa e outras pesquisas relacionadas a doenças negligenciadas evidenciam o racismo entre os principais determinantes sociais do processo de saúde-doença, ao lado de outras variáveis como pobreza e condições sanitárias mais precárias.

O mesmo estudo indica ainda que moradores das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil têm de 5 a 8 vezes mais chances de contrair hanseníase. O risco é 34 vezes maior para as crianças que vivem no Norte do país em comparação com aquelas que moram na região Sul.

Para ampliar o debate sobre a saúde na região Norte, o seminário contou com a presença do professor Hilton Pereira da Silva, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele chamou a atenção para as condições de vida das populações quilombolas, que enfrentam maior dificuldade para acesso a serviços básicos de saúde naquela região, e apontou desafios na elaboração de políticas públicas.

“Há necessidade de os gestores compreenderem a complexa territorialidade dos quilombos para o planejamento das demandas e do acesso aos serviços”, avaliou. Segundo o professor, é preciso ampliar as parcerias com movimentos sociais para fortalecer e garantir o direito à saúde nesses espaços.

O evento também deu lugar para a discussão em torno da doença falciforme, nome utilizado para um grupo de distúrbios hereditários que provocam a deformação dos glóbulos vermelhos no sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1.500 crianças nascem todo ano com a doença, que é mais predominante na população negra.

Os dados foram apresentados por Altair Lira, representante da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN, que destacou a luta das famílias para a conquista de tratamentos no país. Para ele, a negligência em relação à doença falciforme pode ser identificada, inclusive, pelo espaço temporal de quase 100 anos entre as primeiras pesquisas e o surgimento da assistência.

“Nós estamos falando de um estado brasileiro que virou as costas a todos os dados e a todas as informações, pois era uma doença prevalente na população negra e que, por isso, não merecia cuidados”, criticou.

Vulnerabilidade ampliada

A vulnerabilidade na saúde pode ser ainda mais cruel para a população negra em situação de rua. O assunto foi discutido por Edcarlos Venâncio, representante do Movimento População de Rua, que compartilhou experiências sobre o trabalho desenvolvido no município de Feira de Santana. As ações vão desde consultas clínicas gerais a atendimento de pré-natal a moradoras de rua na cidade.

Ele também alertou para a necessidade de um acolhimento mais humanizado, especialmente àqueles que sofrem de transtornos mentais. “É preciso estabelecer confiança, sensibilidade, paciência e, acima de tudo, o respeito por essas pessoas”, observou.

A proposta de realização do seminário é uma iniciativa dos Programas Integrados Comunidade, Família e Saúde (FA-SA) e Epidemiologia e Avaliação de Impactos na Saúde das Populações do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA), em parceria com o Procad-AM, no qual participam UFBA, UFPA e Uefs, além do apoio do grupo de trabalho Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Para a vice-diretora do ISC/UFBA, professora Darci Neves, ao trazer as demandas da população negra, o evento dialoga diretamente com o papel da universidade na busca pela excelência acadêmica e o compromisso social. “O que nós observamos neste momento é a manifestação de um segmento majoritário da nossa população em busca dos seus direitos e reclamando aquilo que lhe foi retirado”, avalia.

Outros temas

No segundo dia de evento, as discussões do seminário se estenderam até o auditório do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, onde foram realizadas mais duas mesas com os temas: “Descolonizando a saúde coletiva: novos enfoques, estéticas e territorialidades” e “Saúde dos Povos Tradicionais”.

Você pode assistir às duas sessões, na íntegra, através do vídeo abaixo.

Leia também: Dificuldade de acesso à saúde é maior para mulheres negras e pobres, avaliam pesquisadores[:en]According to data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the black population is 2.7 times more likely to be a victim of murder in Brazil. Blacks are also most affected by poverty-related diseases such as leprosy and tuberculosis. To discuss the scenario of racial vulnerability in the country, researchers from the Institute of Collective Health (ISC) promoted the “I North-Northeast Seminar on Black Population Health: An Interdisciplinary and Intersectional Approach”. The event was held on November 28 and 29, 2019, at the Federal University of Bahia (UFBA).

The seminar was attended by researchers, managers, health professionals, representatives of social movements and community members interested in strengthening the exchange of the two blackest regions of the country. According to the IBGE, 73.7% of the northern population calls themselves black or brown; in the Northeast, the percentage is 69.2%.

The event highlighted studies that point to the prevalence of racism in relationships of violence and disease neglect. One of the researches discussed investigated police approaches in three northeastern capitals (Salvador, Fortaleza and Recife) and concluded that the choice of “suspects” by military police may be directly linked to the color / race of the youths approached.

“Racial segregation and racism, present in the structure and relational dynamics of Brazilian society, as well as its denial or even a certain naturalization, authorize this decision-making (approach) and the way the police act truculently towards black youth” , highlighted Professor Leny Trad, coordinator of the Integrated Program for Research and Technical Cooperation Community, Family and Health – FA-SA (ISC / UFBA), who led the study.

Data from the 2019 Atlas of Violence, prepared by Ipea in partnership with the Brazilian Security Forum, also reveal that blacks represent 75% of homicide victims in the country. For Professor Edna Araújo, from the State University of Feira de Santana (Uefs), who attended one of the seminar’s tables, the discussion about the vulnerability of this population goes far beyond what the numbers can calculate.

“We cannot be contaminated by the trivialization of death. Homicide victims have a story that needs to be taken into account. We need to understand that human life has value regardless of the phenotype people have, ”he said.

For the historian Eduardo Ribeiro, the link between homicides and drug trafficking, besides authorizing the State’s action, has contributed to desensitize society in relation to the murders. “You have to think of the places where these deaths are produced and observe with other lenses. Otherwise, we are reinforcing this colonizing and genocidal project, ”he said.

The scratch has color

“Black children are 92% more at risk of leprosy than white children.” The warning comes from Professor Joilda Nery, ISC / UFBA professor and one of the main authors of the largest research ever conducted on the subject in the world . With a database of 100 million Brazilians, the study was published by the international magazine The Lancet Global Health in July this year.

According to the teacher, this and other researches related to neglected diseases show racism among the main social determinants of the health-disease process, along with other variables such as poverty and poorer sanitary conditions.

The same study also indicates that residents of the North and Midwest regions of Brazil are 5 to 8 times more likely to get leprosy. The risk is 34 times higher for children living in the north of the country compared with those living in the southern region.

To broaden the debate on health in the North region, the seminar was attended by Professor Hilton Pereira da Silva, from the Federal University of Pará (UFPA). He drew attention to the living conditions of quilombola populations, which face greater difficulty in accessing basic health services in that region, and pointed out challenges in the elaboration of public policies.

“There is a need for managers to understand the complex territoriality of quilombos for the planning of demands and access to services,” he said. According to the professor, it is necessary to expand partnerships with social movements to strengthen and guarantee the right to health in these spaces.

The event also gave rise to discussion around sickle cell disease, a name used for a group of hereditary disorders that cause the deformation of red blood cells in the blood. According to the Ministry of Health, about 1,500 children are born every year with the disease, which is more prevalent in the black population.

The data were presented by Altair Lira, representative of the Brazilian Association of Black Researchers – ABPN, who highlighted the struggle of families to obtain treatment in the country. For him, the negligence in relation to sickle cell disease can be identified even by the time span of almost 100 years between the first research and the emergence of care.

“We are talking about a Brazilian state that turned its back on all data and all information, because it was a prevalent disease in the black population and, therefore, did not deserve care,” he criticized.

Expanded Vulnerability

Health vulnerability can be even more cruel to the black homeless population. The subject was discussed by Edcarlos Venâncio, representative of the Street Population Movement, who shared experiences on the work carried out in Feira de Santana. Actions range from general medical consultations to prenatal care to homeless people in the city.

He also warned of the need for a more humane welcome, especially for those suffering from mental disorders. “We need to establish trust, sensitivity, patience and, above all, respect for these people,” he noted.

The proposal for the seminar is an initiative of the Integrated Community, Family and Health (FA-SA) and Population Health Epidemiology and Impact Assessment Programs of the Institute of Collective Health (ISC / UFBA), in partnership with Procad-AM in which UFBA, UFPA and Uefs participate, in addition to the support of the Racism and Health working group of the Brazilian Association of Collective Health (Abrasco).

For ISC / UFBA Deputy Director Professor Darci Neves, in bringing the demands of the black population, the event directly dialogues with the university’s role in the pursuit of academic excellence and social commitment. “What we are seeing at this moment is the manifestation of a majority segment of our population in search of their rights and claiming what was taken from them,” he says.

Other themes

On the second day of the event, the seminar discussions extended to the auditorium of the UFBA Institute of Collective Health, where two more tables were held with the themes: “Decolonizing collective health: new approaches, aesthetics and territorialities” and “Health of the Traditional People ”.

You can watch both sessions in full through the video below.

Read also:  Difficulty in access to health is greater for black and poor women, researchers say[:es]Según datos del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE), la población negra tiene 2.7 veces más probabilidades de ser víctima de asesinato en Brasil. Los negros también son los más afectados por enfermedades relacionadas con la pobreza, como la lepra y la tuberculosis. Para discutir el escenario de vulnerabilidad racial en el país, los investigadores del Instituto de Salud Colectiva (ISC) promovieron el “I Seminario Norte-Nordeste sobre Salud de la Población Negra: Un Enfoque Interdisciplinario e Interseccional”. El evento se realizó los días 28 y 29 de noviembre de 2019 en la Universidad Federal de Bahía (UFBA).

Al seminario asistieron investigadores, gerentes, profesionales de la salud, representantes de movimientos sociales y miembros de la comunidad interesados ​​en fortalecer el intercambio de las dos regiones más negras del país. Según el IBGE, el 73,7% de la población del norte se autodenomina negro o marrón; en el noreste, el porcentaje es del 69,2%.

El evento destacó estudios que apuntan a la prevalencia del racismo en las relaciones de violencia y abandono de enfermedades. Una de las investigaciones analizó los enfoques policiales investigados en tres capitales del noreste (Salvador, Fortaleza y Recife) y concluyó que la elección de “sospechosos” por parte de la policía militar puede estar directamente relacionada con el color / raza de los jóvenes abordados.

“La segregación racial y el racismo, presentes en la estructura y la dinámica relacional de la sociedad brasileña, así como su negación o incluso una cierta naturalización, autorizan esta toma de decisiones (enfoque) y la forma en que la policía actúa truculentamente hacia la juventud negra” , destacó el profesor Leny Trad, coordinador del Programa Integrado de Investigación y Cooperación Técnica Comunidad, Familia y Salud – FA-SA (ISC / UFBA), quien dirigió el estudio.

Los datos del Atlas de la violencia de 2019, preparados por Ipea en asociación con el Foro de Seguridad de Brasil, también revelan que los negros representan el 75% de las víctimas de homicidio en el país. Para la profesora Edna Araújo, de la Universidad Estatal de Feira de Santana (Uefs), que asistió a una de las mesas del seminario, la discusión sobre la vulnerabilidad de esta población va mucho más allá de lo que los números pueden calcular.

“No podemos ser contaminados por la trivialización de la muerte. Las víctimas de homicidio tienen una historia que debe tenerse en cuenta. Necesitamos entender que la vida humana tiene valor independientemente del fenotipo que tengan las personas ”, dijo.

Para el historiador Eduardo Ribeiro, el vínculo entre los homicidios y el narcotráfico, además de autorizar la acción del Estado, ha contribuido a desensibilizar a la sociedad en relación con los asesinatos. “Hay que pensar en los lugares donde se producen estas muertes y observar con otras lentes. De lo contrario, estamos reforzando este proyecto colonizador y genocida ”, dijo.

El rasguño tiene color

“Los niños negros tienen un 92% más de riesgo de lepra que los niños blancos”. La advertencia proviene de la profesora Joilda Nery, profesora de ISC / UFBA y una de las principales autoras de la investigación más grande jamás realizada sobre el tema en el mundo . Con una base de datos de 100 millones de brasileños, el estudio fue publicado por la revista internacional The Lancet Global Health en julio de este año.

Según el profesor, esta y otras investigaciones relacionadas con enfermedades olvidadas muestran el racismo entre los principales determinantes sociales del proceso de salud-enfermedad, junto con otras variables como la pobreza y las condiciones sanitarias más pobres.

El mismo estudio también indica que los residentes de las regiones del norte y medio oeste de Brasil tienen de 5 a 8 veces más probabilidades de contraer lepra. El riesgo es 34 veces mayor para los niños que viven en el norte del país en comparación con los que viven en la región sur.

Para ampliar el debate sobre la salud en la región norte, asistieron al seminario el profesor Hilton Pereira da Silva, de la Universidad Federal de Pará (UFPA). Llamó la atención sobre las condiciones de vida de las poblaciones de quilombolas, que enfrentan mayores dificultades para acceder a los servicios básicos de salud en esa región, y señaló los desafíos en la elaboración de políticas públicas.

“Es necesario que los gerentes comprendan la compleja territorialidad de los quilombos para la planificación de las demandas y el acceso a los servicios”, dijo. Según el profesor, es necesario ampliar las alianzas con los movimientos sociales para fortalecer y garantizar el derecho a la salud en estos espacios.

El evento también dio lugar a una discusión sobre la enfermedad de células falciformes, un nombre utilizado para un grupo de trastornos hereditarios que causan la deformación de los glóbulos rojos en la sangre. Según el Ministerio de Salud, alrededor de 1,500 niños nacen cada año con la enfermedad, que es más frecuente en la población negra.

Los datos fueron presentados por Altair Lira, representante de la Asociación Brasileña de Investigadores Negros – ABPN, quien destacó la lucha de las familias para obtener tratamientos en el país. Para él, la negligencia en relación con la enfermedad de células falciformes se puede identificar incluso por el lapso de tiempo de casi 100 años entre la primera investigación y la aparición de la atención.

“Estamos hablando de un estado brasileño que le dio la espalda a todos los datos y toda la información, porque era una enfermedad frecuente en la población negra y, por lo tanto, no merecía atención”, criticó.

Vulnerabilidad ampliada

La vulnerabilidad a la salud puede ser aún más cruel para la población negra sin hogar. El tema fue discutido por Edcarlos Venâncio, representante del Movimiento de Población de la Calle, quien compartió experiencias sobre el trabajo realizado en Feira de Santana. Las acciones van desde consultas médicas generales hasta atención prenatal y personas sin hogar en la ciudad.

También advirtió sobre la necesidad de una bienvenida más humana, especialmente para aquellos que sufren trastornos mentales. “Necesitamos establecer confianza, sensibilidad, paciencia y, sobre todo, respeto por estas personas”, señaló.

La propuesta para el seminario es una iniciativa de la Comunidad Integrada, la Familia y la Salud (FA-SA) y los Programas de Epidemiología y Evaluación de Impacto de la Salud de la Población del Instituto de Salud Colectiva (ISC / UFBA), en asociación con Procad-AM en el que participan UFBA, UFPA y Uefs, además del apoyo del grupo de trabajo de Racismo y Salud de la Asociación Brasileña de Salud Colectiva (Abrasco).

Para el subdirector de ISC / UFBA, el profesor Darci Neves, al presentar las demandas de la población negra, el evento dialoga directamente con el papel de la universidad en la búsqueda de la excelencia académica y el compromiso social. “Lo que estamos viendo en este momento es la manifestación de un segmento mayoritario de nuestra población en busca de sus derechos y reclamando lo que les fue quitado”, dice.

Otros temas

El segundo día del evento, las discusiones del seminario se extendieron al auditorio del Instituto de Salud Colectiva de la UFBA, donde se llevaron a cabo dos mesas más con los temas: “Descolonización de la salud colectiva: nuevos enfoques, estética y territorialidades” y “Salud de la Gente tradicional “.

Puede ver ambas sesiones en su totalidad a través del video a continuación.

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